terça-feira, 31 de agosto de 2010

Das escolhas

Não sei o que me leva a tomar determinadas decisões. Dificilmente opto por mudanças muito bruscas a não ser que me apegue a elas. Dizem que, ao tomar uma decisão, não o devemos fazer com a razão, nem com o corpo, nem com o coração, mas com os três como um todo, pois é o todo que terá de arcar com as consequências da escolha. Há sempre o risco de voltar atrás, mas quem já passou pelas reais consequências de uma escolha sabe que voltar atrás não é uma opção, pois o passado não retorna e nada é como antes. Há o arrependimento, mas nunca o refazer de uma escolha.

Dos dizeres

Quando digo que amo é porque amo. Quando digo que quero é porque quero. Quando digo que preciso é porque preciso. Quando digo que sou é porque sou. Quando digo que prometo é porque estou prometendo. Quando não digo nada é porque não tenho nada a dizer.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Lembra-te

Tão cedo encontramos a transcendência, quando nossas almas ainda não estavam preparadas para este maldito mundo material. Eu, pelo menos, não soube lidar com ele - e a cada dia que passa, a duras penas, aprendo a existir aqui buscando reencontrar aquilo que tive e deixei escapar. O que experienciamos mantem-se indescritível, indizível. Não é nem sequer um passado, pois está além do tempo, como disseste. Além do tempo, além da carne, além do humano. A ausência, física, por tantos anos, não muda aquela eterna presença que sinto, de que, nesta vida, nossas almas se encontraram.

Roubaram-te, em parte, a inocência, mas reuniste o que restou dela em uma criaturinha que conserva o teu sorriso. Tua inocência está ali, e sei que a protegerás muito bem. E, estranhamente, estou ali também, por alguma obra astrológica. Desilusões sempre virão, sabes que este mundo talvez seja feito apenas de desilusões - ou muito mais delas que de alegrias - mas não te esqueça de que a inocência não foi completamente perdida, ela apenas foi transferida para uma cúpula menor, que necessita muito mais dela.

Tuas palavras te tornam tão próxima, acendem um desejo latente de que estejas por perto, embora pareça que nunca, de fato, estivemos distantes. E, fisicamente, estamos. Apenas fisicamente.

Imagens

Ut imago est animi voltus sic indices oculi 
(Cicero)
"O rosto é um retrato da mente e os olhos seus intérpretes", grosseiramente traduzindo.

Internet afora

Pelo menos meu passado só me condena. E o seu que te prende? (via Conflitos Existenciais)

domingo, 29 de agosto de 2010

Das coisas que já sei

Vivo de amores incondicionais. Amigos, amantes, familiares. Amo-os incondicionalmente, quase sem diferenças entre um e outro. Sou incondicional se acredito que me esforçar por alguém vale a pena. Também sou incondicional em meus ódios, pois se decido odiar - com toda a força desta palavra - não é de graça. Não tenho vergonha de dizer o quanto amo aqueles que amo, pois acho que o mundo precisa de amor verdadeiro, mesmo que soe piegas. O mundo precisa de mais verdade, basicamente. Acho engraçado que as pessoas me detestem por dizê-la, mas ao mesmo tempo tenho dificuldade de lidar com ela, com a verdade. Tenho dificuldade, mas não tenho medo. Tenho medo de muitas outras coisas. Tenho medo de ser obrigada a mudar, a me esconder em máscaras maiores. Tenho medo de perceber que talvez a verdade seja meu maior defeito.

Passados

Não raro volto a ler tudo o que já escrevi aqui. É muita coisa. Muita coisa parecida, muita coisa diferente, variações sobre o mesmo tema. Faço disto aqui um balanço da minha vida para nunca me esquece do quão difícil as coisas são. Do quão difícil é viver e fazer as escolhas certas. Se um dia tiver de entender o sentido da vida, pode ser que isto aqui me ajude.

Do cansaço

Estou exausta de sentir-me impotente. Nem o que digo se faz ouvir, nem o que escrevo se faz ler. Estou exausta de esconder minhas feridas de quem, sei bem, será ferido ainda mais. Estou exausta também de tentar compartilha-las sendo que a inteligibilidade destas só se dê para quem também sente. Estou exausta de omissões, estou exausta de ser a única a falar a verdade. Estou exausta de buscar algo que encontrei, algo que vi e, por isso, sei que existe, mas que agora está tão bem escondido...

Das palavras

Palavras são as armas mais perigosas de que dispomos. São as que mais machucam. E são o único tipo de pessoa a quem sou capaz de respeitar: as que sabem usar as palavras. Há pessoas que se perdem nelas e com elas, há sempre os que se contradizem. Contradições... elas andam me ferindo muito agora.

Fear, again?!


A razão de você estar vivenciando esse medo é porque, em algum momento de sua vida, você bloqueou sua sensibilidade ao decidir se defender de algo que você considerava um sofrimento: "é melhor não sentir, pois isso pode doer..."
A escolha dessa freqüência de cor demonstra que vem ocorrendo uma descentralização de seu próprio ser e, ou foi a própria descentralização que ocasionou o seu medo ou ela passou a existir em sua vida a partir do fato que o levou a vivenciar esse sentimento de medo. A falta de domínio sobre o processo, decorrente do impedimento da livre expressão da sensibilidade, atrai para sua vida contínuas situações onde pessoas de seu relacionamento lhe incomodam ao tentar obrigar você a agir de determinada forma ou a tentar impedir que sua ação transcorra da maneira como você decidiu ou como você prefere. Um sentido de invasão e desrespeito às suas próprias vontades e necessidades interiores acaba ocorrendo e você nem mesmo percebe que, exatamente, sua própria vibração freqüencial é que acaba atraindo essa situação para sua vida.

Ora esse processo é acompanhado de revolta e ora de culpa por não atender às expectativas de pessoas que lhe são importantes. Mas, independente de qual seja sua reação predominante, essa falta de domínio sobre sua própria vontade abala a sua "confiança interior", desenvolvendo, em alguns casos, um sentido de "talvez estar sendo injusto" e em outros casos um sentido de "cansaço em lutar contra situações tão desgastantes". Isso ocorre, basicamente, por você se manter desconectado do ponto mais essencial de seu ser: o seu próprio "Eu"!
Seus objetivos de vida, principalmente os pessoais, se abalam quando você avalia o esforço exigido para enfrentar as imposições. Você já se sente cansado ou revoltado antes de tentar concretizar o que quer e, o mais complicado, é que dependendo do tempo em que você vem passando por isso, é como se você já nem mesmo soubesse o que, você, realmente quer. Em momentos oscilatórios, parece que nem vale muito a pena lutar, já que aquilo que você quer realizar vai exigir muito de você e, ainda, observa que os sentimentos que vêm à tona são na maior parte das vezes passivos e negativos, tristes e depressivos.


Dá pra imaginar ou perceber que é quase impossível evitar um sentido de frustração, não é mesmo? Você sente uma desestruturação que antecede as possibilidades. O mais interessante é que, quando você consegue estar isolado de determinadas presenças ou situações e se torna possível você avaliar a situação de fora, é quase ilógico tudo o que você vivencia!
Toda essa somatória de incertezas gera uma imprecisão em seus atos. Como a ausência da sensibilidade se instalou num sentido de defesa interior e, por isso sua intuição ficou bloqueada, a facilidade que poderia decorrer do livre fluir intuitivo nos seus direcionamentos, decisões e na organização de sua vida se torna quase impossível.
Por estar assim, tudo comumente lhe parece tão desorganizado... A casa, o carro, as etapas, as roupas, a cozinha, a mesa de trabalho, enfim... O resultado é que nunca há tempo de concluir a organização. É muito comum que a casa, o quarto ou o espaço de trabalho do "portador" de um medo azul índigo esteja sempre aguardando a ordem final.

Quando a pessoa já consegue manter a ordem em suas coisas, em seus negócios, em seus objetos, em seu trabalho, em seu carro, etc, o processo é sempre cansativo pelo esforço que se tem que fazer para chegar a isso e para manter tal ordem.
Isso acontece porque a atenção aprisionada ao mundo concreto, mais uma vez, impede que se mantenha o domínio essencial que pode estruturar critérios equilibrados e adequados. Portanto, a desatenção essencial ocasiona a perda de critérios e em conseqüência não se consegue alimentar a confiança em si, no outro, nos objetivos, nos propósitos e nos passos a serem dados.
A direção a ser tomada em suas buscas e objetivos não é percebida, vista ou reconhecida porque sem o contato essencial com seu "Eu" a intuição fica profundamente comprometida e impedida de reconhecer metas efetivas.

A síntese de toda essa realidade gera um sentido de falta de amor que é vivenciada quando o exigir se desequilibra. A primeira sensação de "invasão" faz com que um sentido de "exigência que inferioriza ou tenta inferiorizar" leve você a reagir desequilibradamente, procurando se reforçar nas reações e, pelo próprio processo, a tentativa de superioridade adotada como defesa, muitas vezes fracassa e fica difícil compreender ou aceitar as outras pessoas de seus relacionamentos e, ao mesmo tempo é inevitável que você perceba compreensão ou evite a incompreensão por parte das pessoas de seus relacionamentos. Compartilhar, aceitar, doar ou qualquer dos movimentos naturais da expressão do Amor ficam aprisionados e impedem o prazer. Então, as ações se concluem "mornas", sem retorno de especial significado.

sábado, 28 de agosto de 2010

Fato

Sempre existe verdade por trás do "estou brincando", um pouco de dor por trás do "estou bem", um pouco de emoção por trás do "não me importo".
... pena que não sei de quem é esta citação. Quem descobrir, me conte, por favor.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Divagando

Pensamos que nosso sofrimento é pessoal. Estamos fechados ao sofrimento da humanidade.
(Krishnamurti)
Não consigo me decidir se toda esta compulsão pelo conhecimento é uma manifestação de egoísmo ou uma tentativa de contribuir com a humanidade. Porém, contribuir seria buscar das sentido à minha existência, sinal de que tudo pode se resumir a um círculo vicioso de egoísmo.


Medo de não deixar nada, medo de não viver ou de não realizar meu dever. Que dever? O que diabos eu tenho de realizar? Medo de morrer sem saber. Medo de viver sem saber. E eu não sei.

Keep that in mind

... dedicado a todos que, como eu, pretendem passar a vida inteira estudando sem entender muito o sentido de vivermos para isso...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A quem interessar possa

"(...) a verdade é que o que dizemos não tem tanta importância. Para saber quem somos, basta que se observe o que fizemos da nossa vida. Os fatos revelam tudo, as atitudes confirmam. O que você diz - com todo o respeito - é apenas o que você diz."
(Martha Medeiros, "A melhor resposta...") 

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Dojo Kun


Primeiro. Esforçar-se para a formação do caráter. 
Primeiro. Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão.
Primeiro. Criar o intuito de esforço.
Primeiro. Respeito acima de tudo.
Primeiro. Conter o espírito de agressão.

Ainda me lembro de, bem criança, ter decorado os mandamentos e nunca ter me esquecido deles. Todos vem em primeiro lugar, pois nenhum é mais importante que o outro. Tentei me formar com base nisso, busquei meu caráter e, acredito, hoje o tenho ou o que acredito que o seja. Caráter. Algo que nem todos tem.

Ego no centro

É incrível a mania de perseguição das pessoas. Acham que tudo é sobre elas, tudo as envolve, tudo o que está escrito é para elas. Afinal, o ego se machuca se o que está lá não é destinado a elas ou a algo que as diga respeito?
Aos inseguros resta a ilusão de que ainda são lembrados pelas pessoas.

Poema que paira

Poema das sete faces

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus,
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

- piada interna: posso declamá-lo com a língua presa ;)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Quão logo é agora?



I am the son
And the heir
Of a shyness that is criminally vulgar 
I am the son and heir
Of nothing in particular 

You shut your mouth 
How can you say 
I go about things the wrong way 
I am Human and I need to be loved 
Just like everybody else does 

There's a club, if you'd like to go 
You could meet someone who really loves you 
So you go, and you stand on your own 
And you leave on your own 
And you go home 
And you cry 
And you want to die 

When you say it's gonna happen now, 
When exactly do you mean? 
See I've already waited too long 
And all my hope is gone

A verdade?

Não sou nem um pouco controlada, nem um pouco equilibrada. Tenho uma casca que parece calma, quando, por dentro, sou apenas descontrole e desequilíbrio. Há um poço de imaturidade dentro de mim que transborda e derruba tudo quando ninguém está olhando, pois foi assim que aprendi: ninguém tem de aturar suas fraquezas. E se você escolhe demonstrá-las, elas poderão ser usadas contra você. Se um dia puder discorrer sobre tudo o que me foi jogado sobre os ombros, talvez alguém entenda. Mas não posso também, pois meus problemas são apenas meus. Acho patético jogá-los nas mãos dos outros.
Já desabei tantas vezes que tenho medo de desabar novamente, mas há momentos em que é inevitável. Por vários motivos. Um deles tem a ver com os "por ques", tantos, que eu quero perguntar, mas que não tem bem respostas. Dói saber que não foi um sentimento, mas qualquer outra coisa que nem você sabe explicar. Porque, por mais que não pareça, eu dependo dos sentimentos alheios quando eles se demonstram. Não busco aprovação nem elogios, mas não saberia viver sem eles. E descobrir que o que você acreditava ser um sentimento verdadeiro era, provavelmente, um encanto repentino, fere meu ego. Fere toda vez que penso nisso.

Mas eu já não sou uma adolescente, não posso sucumbir a minhas fraquezas simplesmente por ter de viver. E eu vivo por obrigação, não por prazer. Acho que a forma que encontrei de me controlar foi me agarrar às minhas obrigações para não cair. Afinal, não posso desabar na frente de uma multidão se pretendo existir por mais um tempo.
Iludo-me ainda com a ideia de uma companhia que possa me compreender a ponto de me suportar, para que eu não tenha mais de me controlar o tempo todo. Mas até que eu confie o bastante para mostrar como, na verdade, o que tenho de fragilidade é muito maior que o que tenho de sensatez, é preciso que eu mantenha uma casca. Você também tem a sua. Só que às vezes, tudo o que eu quero é me desequilibrar.

sábado, 21 de agosto de 2010

Posso dedicar?

Não, né?! Então tá. Ouve aí.
O baixo dessa música é tipo o meu favorito de toda a música pop já lançada ever, sem exageros, pena que o áudio deste clipe não esteja tão bom.



You pretend you're high
Pretend you're bored
Pretend you're anything
Just to be adored
And what you need
Is what you get

Don't believe in fear
Don't believe in faith
Don't believe in anything
That you can't break

You stupid girl
You stupid girl
All you had you wasted
All you had you wasted

What drives you on
Can drive you mad
A million lies to sell yourself
Is all you ever had

Don't believe in love
Don't believe in hate
Don't belive in anything
That you can't waste

You stupid girl
You stupid girl
Can't believe you fake it
Can't believe you fake it

Don't believe in fear
Don't believe in pain
Don't believe in anyone
That you can't tame

You stupid girl
You stupid girl
All you had you wasted
All you had you wasted
You stupid girl
You stupid girl
Can't believe you fake it
Can't believe you fake it
You stupid girl

Ironia capitalista

Estou a pintar minhas unhas com obsessão. A cor, obsessão. Agora tenho obsessão até nas unhas. Sinto-me completa.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Engraçado

As pessoas pensam em si como detentoras apenas de qualidades quando decidem criticar as outras. Para criticar, deve-se obedecer a seguinte regra: não fale daquele defeito que você também tenha. A minha falta de amor próprio não significa que eu não tenha qualidades nem que eu não as perceba em mim. Aquilo que não aturo, inclusive, pode ser o que age em meu favor aos olhos do outro. Percebo minhas qualidades e percebo meus defeitos. Convivo com ambos e sei quais são. Antes de criticar, procuro ter certeza de que o ponto a ser criticado não será um fraco meu. Infelizmente, quase ninguém pensa assim antes de buscar atingir algo num intento abobalhado, por nem sequer saber no que está realmente mirando.

Excesso

Quando eu me sinto carregando algo em excesso eu choro. Sem motivo, só por cansaço ou porque há algo que não dá para explicar e que precisa sair de alguma forma. Sai no choro. Tenho umas melancolias sem fim, umas irritações explosivas, tudo vem do nada. Não tenho muita escolha a não ser me suportar. Talvez por isso me apegue tanto a quem está comigo, para não ter de ficar sozinha comigo mesma, para não ter de voltar a me suportar novamente. Mas é esse o meu eterno retorno. Voltar a ter de me aturar. Over and over again.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Não há

Não há ser humano que permaneça forte diante da saudade. Não há ser humano que permaneça forte diante da impotência. Não há ser humano que permaneça forte diante da morte daquele que nos faz falta. Não há.
Ontem eu mal fui capaz de reunir meus resquícios de força para trazer ao rosto um sorriso. Eu sabia que não conseguiria sorrir. Preferi me ausentar. Ausentando-me, fiz com que minhas lágrimas se ausentassem - ou que, ao menos, ficassem restritas a mim.

Constatação

Um conceito já está diferente, para não dizer errado, quando, depois de usado pela primeira vez, seu uso é, pela primeira vez, explicado. E, nesse sentido, posso até afirmar: toda enciclopédia é um amontoado de erros. E o que é o erro afinal?

Pena de nós mesmos

Os sentimentos nos fazem atropelar palavras, quando não somos atropelados por elas. Se ouvíssemos sempre nosso coração não nos comunicaríamos, então nos apegamos ao que acreditamos ser a razão e não é preciso muito esforço para, daí, nascer a hipocrisia. Não é difícil reconhecer os hipócritas. O problema é que, normalmente, já é tarde quando os reconhecemos, e razão e coração deixam de se entender.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Uma reflexão

O ser humano fala mais daquilo que não conhece que daquilo que conhece. Porque o que está desvendado já não é interessante. Por isso, o ser humano fala tanto do amor e da morte. São dois mistérios sobre os quais praticamente nada ainda foi revelado. Não conhecemos o amor e não conhecemos a morte, mas ainda assim temos de passar, iminentemente, por ambos. E por mais que o homem não entenda nada desses dois assuntos, ele reconhece quando passa por eles. Ele sabe que o amor está por perto e ele sabe que a morte virá. Mas é, de fato, desesperador ter de passar por isso sem conhecer os mecanismos, sem poder racionalizar nem explicar. É tão desesperador quanto é humano.

domingo, 15 de agosto de 2010

And another quote

For love is no part of the Dream-world. Love belongs to Desire, and Desire is always cruel. 
(Neil Gaiman) 

Quote

There's a theory, one I find persuasive, that the quest for knowledge is, at bottom, the search for the answer to the question: Where was I before I was born. In the beginning was what? Perhaps, in the beginning, there was a curious room, a room like this one, crammed with wonders; and now the room and all it contains are forbidden you, although it was made just for you, had been prepared for you since time began, and you will spend all your life trying to remember it.
(Angela Carter) 

sábado, 14 de agosto de 2010

E mais

Como tive a sorte de conhecer o amor necessário, tive também a de conhecer amizades verdadeiras. Isso me basta para viver.

Lembranças

De todas as memórias que escolhi carregar comigo, teu olhar é uma delas. Lembro-me ainda de cada longo cílio, de como duas amêndoas brilhantes casavam-se com cada sorriso sincero e de como não se apagavam nem mesmo ao chegar das lágrimas. Teu olhar, carrego comigo, e não há o que se compare a ele. E uma de minhas memórias favoritas. É uma daquelas que carregam em si o significado de eternidade.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Tecnicamente

Há momentos em que só um cigarro parece acalmar. Não, eu não fumo, há dez anos não trago um cigarro inteiramente e hoje é um daqueles dias em que a única coisa que parece me acalmar é um cigarro. Ou isso ou eu chegue a um ponto em que meus vícios não me satisfazem mais.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Don't you know that I'm a fool for you?




Ooh, baby, don't you know I suffer?
Ooh, baby, can't you hear me moan?
You caught me under false pretenses
How long before you let me go?
Ooooh-ahhh, you set my soul a-light
Ooooh-ahhh, you set my soul a-light
Glaciers melting in the dead of night
And the superstars sucked into the supermassive
[ooooh-ahhh, you set my soul a-light]
I thought i was a fool for no one
But, ooh, baby, I'm a fool for you
You're the queen of the superficial
But how long before you tell the truth?
Supermassive black hole

O peso das palavras 2

Eu tenho uma palavra gravada no peito. Eu tenho uma palavra que pesa tanto quanto "sempre". Penso nisso hoje. É, realmente, sempre. E tanto quanto pesa, é leve, é verdadeira, é o que deve ser. Sempre foi. Eu tenho uma palavra que não se apaga. Nem quero que apague. Ao menos em uma escolha eu acertei.

O peso das palavras

Porque se agora elas são ditas em meio a verdades, pode ser que amanhã nem tenham mais significado.
E elas pesam mais com o avanço da idade. Com o avanço do tempo. E eu nem precisei atingir a maturidade para entender o significado de sempre. Sempre. É a palavra mais pesada que existe.

domingo, 8 de agosto de 2010

Rendenção

Não fui capaz de me fixar em seus pensamentos, o que, de fato, deixa-me sempre frustrada. Sei que ela sempre esteve por perto, sempre pairou e há de pairar ainda que você decida buscar outro futuro. Sei que ela lhe persegue pois é assim que agem as imagens em nossas cabeças. Eu conheço o amor e suas nuances, conheço aquelas figuras que vão e voltam e nos prendem a um ciclo de ressentimentos e declarações apaixonadas. Tenho lá o meu amor incondicional.
Você está presa a seu amor e só quem está preso entende o que é enfrentar um mundo pelo um. Por mais que eu tente, ou queira, ou esforce-me para que você se desprenda dele, sei que há uma eterna linha indestrutível entre você e ela. Embora arrependa-me de não ter tentado diminui-la, não seria eu nem ninguém capaz de reduzi-la ao nada. Cultivar esta linha é mais uma demonstração de suas virtudes. Admiro-lhe tanto por isso que me sinto culpada ao tentar persuadir-lhe daquilo que todos ao seu redor também tentam. Ao mesmo tempo, penso no que seria este "precisar" que torne o amor uma dependência. Ele é perigoso, pois se os conceitos divergem, quem se machuca é você, que nutre a sinceridade.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Das culpas

É muito mais fácil apontar os dedos em todas as direções e, quando não funcionar, voltá-los todos para si mesmo. Culpas são, inexoravelmente, divididas.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Mas só pra constar

O que eu mais sinto falta é do abraço.
Lembra que disse que o meu é o melhor do mundo?
O dou em troca.

Menschliches, Allzumenschliches

Não é no modo como uma alma se aproxima da outra, mas em como se afasta dela que reconheço seu parentesco e relação com a outra. (Friedrich Nietzsche)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Paradoxos

Detesto ficar feliz porque sei que rapidamente voltarei à tristeza habitual.
Detesto gostar das pessoas porque sei que meus sentimentos não dão ouvidos às minhas razões.
Detesto perceber as possibilidades porque os desenrolares sempre machucam.
Detesto sentir compaixão pelas palavras ditas quando as ações as apagarão completamente, como se jamais tivessem sido ditas.
Detesto não ter nascido ontem e por isso perder qualquer esperança e esperar sempre pelo pior.
Detesto a rapidez dos acontecimentos, pois é isso que tira deles o sentido.
Detesto a capacidade das pessoas de voltarem atrás. Mesmo que às vezes isso seja bom pra mim.
Detesto a espera constante de que dias melhores virão, porque se vem vão embora, e de nada adianta os passos firmes.
Detesto esta história de amar a si próprio, porque eu, que me esforço para por esta realização, logo a descarto quando tenho a oportunidade de cuidar de outra pessoa.
Detesto ter resoluções sobre minha vida que não posso levar adiante por causa das resoluções de outras pessoas.
Detesto o fato de que, qualquer decisão tomada sobre uma vida, não afeta uma vida apenas, mas as que a cercam.
Detesto que tudo seja tão paradoxal. Inclusive eu.

domingo, 1 de agosto de 2010

Insensatez

- é, eu não curto muito o Vinícius não, mas Tom Jobim salva qualquer coisa -

A insensatez que você fez
Coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor o seu amor
Um amor tão delicado
Ah! Porque você foi fraco assim
Assim tão desalmado
Ah! Meu coração quem nunca amou
Não merece ser amado
Vai meu coração, ouve a razão
Usa só sinceridade
Quem semeia vento, diz a razão
Colhe sempre tempestade
Vai meu coração
Pede perdão, perdão apaixonado
Vai porque quem não pede perdão
Não é nunca perdoado

Poema bêbado

Das acomodações, respostas mais fáceis
Dias não tão calmos, mas comuns e previsíveis
Em meio a sentimentos praticamente descartáveis
Ou fogos acesos facilmente apagáveis.

Engraçado até demais poder decidir
Quando confusões, poderes de ir e vir
Ainda altamente apresentáveis
Não se tornam derrotas quase afáveis

Uma vez que escolhas não são fornecidas
São, muito mais, desvendadas
E vão, um milhão de cartas, jogadas
Para as faces transtornadas

Famílias e amores verdadeiros
São, assim, jogados em vespeiros
Cultivados de tantos erros
Ficam mais parecidos com desterros.